Professores
Por João Paulo Clemente
As mimosas, este ano, parece que floriram mais cedo. A anunciação da Primavera profetiza uma nova terra com novos homens e novas mulheres. Na escola, Luís, de olhos brilhantes, bebe as palavras meigas e ternas da professora Rute. Artur espera o filho para o levar pelos montes e vales da aldeia. A mãe natureza é a outra docente que complementa a formação paterna e escolar. O saber de experiência feita torna o cidadão mais completo e mais capaz de enfrentar um mundo cada vez mais inquieto e sem valores. Humanidade, espiritualidade e pragmatismo da vida, eis a trilogia na formação de um rebento. Eram estes os vectores que ele pretendia para o seu petiz, ainda tão frágil mas com necessidade de criar raízes fortes, de modo a que no futuro não caia à primeira ventania.
As mimosas, este ano, parece que floriram mais cedo. A anunciação da Primavera profetiza uma nova terra com novos homens e novas mulheres. Na escola, Luís, de olhos brilhantes, bebe as palavras meigas e ternas da professora Rute. Artur espera o filho para o levar pelos montes e vales da aldeia. A mãe natureza é a outra docente que complementa a formação paterna e escolar. O saber de experiência feita torna o cidadão mais completo e mais capaz de enfrentar um mundo cada vez mais inquieto e sem valores. Humanidade, espiritualidade e pragmatismo da vida, eis a trilogia na formação de um rebento. Eram estes os vectores que ele pretendia para o seu petiz, ainda tão frágil mas com necessidade de criar raízes fortes, de modo a que no futuro não caia à primeira ventania.
*Por Fernando Magalhães
Sinto-me num país
agonizante!
Percorro ruas
desertas de comércio de portas fechadas.
E em cada passo que
dou, respiro o ar pustulento duma economia moribunda.
Percorro campos de
cultivo onde as ervas daninhas proliferam, estrangulando o que a terra paria em
agricultura que preenchia necessidades e colmatava fomes.
Passeio junto a um
mar que em maré alta de vergonhosos acordos já não carduma o lusitano peixe,
afundando a frota pesqueira e importando espécies não autóctones, que inundam
superfícies comerciais e mercados que outrora reflectiam a faina de um povo.
Sinto, em cada dia
que passa, a exânime indústria, que encolhida, desaparece às mãos das grandes
multinacionais que vomitam máquinas e adereços, roupas e outros acessórios que
outrora construíamos.
Vejo com olhos
magoados a construção desaparecer e postos de trabalho a perecerem.
Assisto, sem nada ver
decretar, a empresas que se afogam sem bóia de salvação, arrastando para o
abismo o português de raiz…
…Que procurando um
emprego o mandam emigrar, emagrecer, sucumbir, sem saber o que fazer.
Assisto à cultura
morrer, ao ensino a expirar, como convém afinal.
Sinto na alma
famílias no desemprego lançadas, que com filhos passam fome em silêncio envergonhado.
Ouço ecos de prantos
e gritos, de suicídios, de impotência, de lágrimas que a nada conduzem e na
madrugada fenecem.
Vejo olhos em súplica
ao céu levantados, esperando que a justiça caia em vingança cruel.
Que políticos são
estes, que criando mais impostos, roubam ao povo a dignidade e se governam a si
próprios?
Onde pára a liberdade
neste país já sem rumo?
*Professor/Arquiteto
Comentários
Enviar um comentário
Gostaríamos de saber a sua opinião sobre este trabalho...