As mimosas, este ano, parece que floriram mais cedo. A anunciação da Primavera profetiza uma nova terra com novos homens e novas mulheres. Na escola, Luís, de olhos brilhantes, bebe as palavras meigas e ternas da professora Rute. Artur espera o filho para o levar pelos montes e vales da aldeia. A mãe natureza é a outra docente que complementa a formação paterna e escolar. O saber de experiência feita torna o cidadão mais completo e mais capaz de enfrentar um mundo cada vez mais inquieto e sem valores. Humanidade, espiritualidade e pragmatismo da vida, eis a triologia na formação de um rebento. Eram estes os vectores que ele pretendia para o seu petiz, ainda tão frágil mas com necessidade de criar raizes fortes de modo a que no futuro não caia à primeira ventania.
Porque os outros se mascaram mas tu não Porque os outros usam a virtude Para comprar o que não tem perdão. Porque os outros têm medo mas tu não. Porque os outros são os túmulos caiados Onde germina calada a podridão. Porque os outros se calam mas tu não. Porque os outros se compram e se vendem E os seus gestos dão sempre dividendo. Porque os outros são hábeis mas tu não. Porque os outros vão à sombra dos abrigos E tu vais de mãos dadas com os perigos. Porque os outros calculam mas tu não.
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